sexta-feira, 25 de novembro de 2011

skeleton ! $;

Faz hoje, precisamente dois meses que descobri que tenho uma doença, uma doença conhecida mundialmente, não é cancro, nem nada do género, sofro de anorexia, e agora olho-me ao espelho e só vejo pele e ossos, juntamente com o meu rosto lavado em lágrimas, tudo o que é em exagero faz mal, tal como eu, queria ser magra, mas não exageradamente como estou agora.
Tenho 17 anos, apenas 17, e sofro de tal modo, que nem sei explicar a dor tão grande que sinto dentro de mim, tinha 50 kg, achava-me feia e demasiado gorda, basicamente, eu queria ser perfeita, embora tivesse imensos olhos postos em mim, a aconselhar-me para parar com as loucas dietas, que me estavam a fazer muito mal á saúde, eu não liguei, pois, estava demasiado concentrada no meu peso. Ao início ninguém sabia desta minha loucura, pois, mentia aos meus pais dizendo que já tinha comido no liceu, ou na rua, ou comia e deitava tudo fora de seguida, até ao dia em que me apanharam a rejeitar os alimentos ingeridos, sinceramente não me afetou muito, devido a eu estar realmente decidida a continuar com isso.
Tumblr_luwqznsiit1qls0c6o1_500_largeFui levada para o hospital pelos meus amigos, pois, encontraram-me desmaiada na casa de banho do liceu onde ando, fiz várias análises, fui observada por vários médicos, e uma expressão bastou para eu ficar completamente destroçada, “Maria, a menina sofre de anorexia!”, confesso que a partir desse momento eram demasiadas perguntas na minha cabeça, para as quais eu não tinha resposta. Os meus pais ficaram bastante decepcionados comigo, mas caramba, entendam-me, eu não me sentia bem como estava! – disse-lhes eu.
- E agora, sentes-te bem com esse teu corpo de esqueleto? Perguntou a minha mãe
- Respondi-lhe chorando – Não mãe, não me sinto bem, aliás sinto que nem corpo tenho!
Eu sei, que aquelas maluqueiras todas não me fizeram bem, só fizeram com que me sentisse pior do que antes, uso várias camisolas, e calças largas, para disfarçar um pouco a minha magreza, mas não resolve nada, tento comer, comer muito, mas o meu organismo de tão habituado que está de não comer, que não aceita os alimentos. Será que há alguma coisa a fazer? – É a pergunta á qual tento arranjar resposta todos os dias.
Eu sabia tão bem as causas e as consequências deste problema, sabia tão bem, a professora de biologia falou tantas vezes sobre este tema, mas como todos os meus colegas pensei “conversa da chacha”, talvez terá sido castigo por não ligar ao que me diziam, aos conselhos que me davam, tenho esta doença á tão pouco tempo, e já estou tão cansada de lutar, estou a começar a perder as forças. Agradeço muito aos meus amigos e familiares por não me terem abandonado neste momento difícil, e por me estarem a dar este tão grande e importante apoio.
Eu não vou desistir, não vou, até agora ainda não melhorei nem um pouco, verdade, mas não vou perder a esperança de um dia, voltar a ir á praia, a perder os complexos que tenho, a usar saias e vestidos como as minhas amigas, a ser alguém “normal”, visto que nem um ser humano me sinto neste momento. É tão triste ser assim --.