sábado, 22 de setembro de 2012

Minha estrela guia*

Hoje decidi escrever-vos sobre o que mais me faz pensar, sobre o que mais me entristece e o que mais me custa falar também, custa mesmo! Vou-vos falar da morte da minha irmã.
A minha irmã, Marisol, agora teria os seus 19 anos, faleceu depois de a minha mãe ter estado entre a vida e a morte também, é... nada foi fácil! Sinceramente, nunca percebi muito bem a causa da morte da minha irmã, porque é um assunto sobre o qual não consigo falar sem chorar,  nunca gostei de falar disso aos meus pais, porque também lhes custa muito falar disso, embora se façam de fortes. Ela era bebé quando faleceu, e agora vocês pensam "ela está aí com tantos filmes e nem a irmã conheceu", é verdade, eu não a conheci, mas é minha irmã, é sangue do meu sangue, eu cresci com o sofrimento da minha mãe por todos os abortos, por todos os internamentos, com a sua luta para sobreviver, cresci a ver os seus desmaios, quando engravidou novamente, estava tão feliz, ia ter uma mana, mas não, a minha mãe teve um aborto espontâneo, novamente e mais uma vez voltou a lutar para viver, cresci a ver o meu pai internado mais do que uma vez, devido a acidentes que tinha, vi o meu pai ser atropelado, cresci a ouvir a minha família me dizer "a tua mana, está lá em cima a tomar conta de ti, ela protege-te sempre, é a tua estrelinha", pois, e agora ainda acham que a minha vida é perfeita? 
Ela  é a estrela que me guia, que me ilumina, ela é a minha grande força. Eu falo muito com ela, quantas e quantas vezes falo dos meus problemas com a cabeça erguida para o céu a desabafar, a pedir-lhe conselhos, tudo, e podem achar patético, mas eu entendo-a muito bem, e depois de todos os desabafos encontro o melhor caminho para mim. Agora chamem-me de louca por falar com uma pessoa que já partiu, chamem! O meu coração estará sempre com ela, e o dela comigo!
eu amo-a com tudo o que tenho e não tenho!

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terça-feira, 18 de setembro de 2012

somente só

Numa noite de á 2 meses atrás, a minha melhor amiga ligou-me e perguntou-me se eu queria sair, eu aceitei todo entusiasmada, já á umas semanitas que não saía á noite. Fomos até um bar onde nunca tinha ido antes, gostei muito do ambiente, da música que lá rolou... Mas a verdade, é que fui sem a autorização dos meus pais, e o conhecimento do meu namorado, tratei mal a minha mãe e o meu pai bofeteou-me, porque razão não podia sair de casa? Sou uma adolescente, estou na idade de curtir a vida... Então, saí pela janela do meu quarto com um curto e justo vestido preto, uns saltos de 15 cm, e uma maquilhagem extravagante e lá fui eu.
Dancei até não poder mesmo, abusei, tal como abusei no que bebi, e cometi alguns erros inconscientes.. Eu estava a cair de bêbada quando um rapaz veio meter conversa comigo, e eu comecei a dar-lhe "letra", até que ele me beija e eu deixo-me levar, e nesse preciso momento entrou o meu namorado para me levar embora porque tinha recebido um telefonema de que eu não estava sóbria, fez um grande escândalo, chamou-me traidora, e disse que nunca mais queria olhar para a minha cara, ele estava tão feliz, já estavamos noivos e tudo, ele amava-me como nunca mais ninguém me amará, ela dava a sua vida por mim se fosse preciso e eu fui uma burra em ter bebido até perder a noção de tudo..

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E o pior... O pior foi quando cheguei a casa... Tinha as malas á porta, chorei, e gritei:
- mãe, pai, por favor abram-me a porta!
E fazia-me silêncio até que voltei a gritar:
- Eu sou vossa filha, não me podem fazer isto!
Até que ouvi uma voz de dentro de casa:
- Lembraste-te que eras nossa filha quando nos desobedeceste e nos trataste como lixo?
- Pai, por favor...
- Não é por favor nem meio por favor Juliana, acabou, tu já não vives nesta casa! Foste uma grande desilusão!
Eu saí a soluçar de tanto chorar sem saber para onde ir, e nem o telemóvel tinha comigo, ainda se tivesse o meu namorado... Mas nem isso eu tinha!
Hoje, ainda é o dia que estou a viver na rua, os pais da minha melhor amiga não me aceitam em sua casa, não tenho dinheiro, não tenho uma família que me aceite, não tenho nada.
Vou continuar a viver com a esperança de algum dia a minha família me querer de volta ou então de alguma vez arranjar onde viver.