Carolina, era uma jovem de 13 anos, vive em Santarém com os
seus pais.
Num dia chuvoso, os seus pais decidem ir jantar fora, sem
algum motivo especial, convidem Carolina para os acompanhar, mas a menina
rejeita dizendo:
- Esta noite é só vossa!
- Mas o que é nosso é teu também pequenina, tu fazes parte
de tudo. Respondeu-lhe a sua mãe.
- Mãe, pai, bom jantar e divirtam-se, eu faço o meu jantar e
cá me arranjo, não se preocupem comigo. Disse a menina sorrindo.
Carolina lá conseguiu convencer os pais, e ficar em casa
sozinha, aproveitou para adiantar trabalhos da escola, e para fazer as tarefas
domesticas, que a sua mãe teria de fazer no dia seguinte.
Já eram 23 horas quando o pai da menina lhe telefona a
perguntar se estava tudo bem, ela responde afirmativamente, deixando o seu pai
mais descansado. Passado meia hora, Carolina vai-se deitar, mas não consegue
adormecer, devido ao enorme aperto que sente no seu peito, tal como se sentisse
que algo muito mau iria aconteceu, tinha mesmo um mau pressentimento. Decide
telefonar aos pais para ouvir a voz deles, com o objectivo de a tranquilizar,
assim o fez, estava tudo calmo…
Passado uma ou duas horas a meni na ouve do seu quarto a
sirene de uma ambulância, que ia a uma velocidade tremenda, tendo em conta que
aquele mau pressentimento ainda não passara, começou a entrar em pânico,
telefonou aos pais vezes sem conta, um deles tinha o telemóvel desligado e o
outro não atendia. Decidiu então ir pedir ajuda, sai de casa a gritar “Socorro,
socorro, ajudem-me!”, parecia ninguém a ouvir, Carolina estava cada vez mais
receosa. Tentou de novo falar com os pais, e desta vez atenderam, mas não era
quem ela esperava e queria que fosse.
- Quem está a falar? Pergunta Carolina
- Boa noite, daqui fala um bombeiro voluntário, estou a
acompanhar Srª Maria Antunes e Srº João Coimbra, numa ambulância, é familiar?
Questionou o sr.
- Eu sou filha, o que aconteceu? O que aconteceu? Diga-me!
Gritou a menina, a chorar.
- Calma menina, calma! Por enquanto a única coisa que lhe
posso dizer é que tiveram um acidente e estão num estado bastante crítico.
A menina não consegue ouvir mais nada, e desliga o telefone.
Chora desesperadamente, tentando arranjar boleia para o hospital. Consegue
chegar lá passadas duas horas, mas não a deixaram ver os seus pais, ela começa
quase a enlouquecer.
São já 6h da manhã, e a menina recebe a primeira notícia
hospitalar sobre os seus pais.
- A menina é a filha da Srª Maria Antunes? Perguntou o
médico
- Sou sim. Respondeu ela
- eu sei que ainda é muito nova para estas situações, mas
vou ter que lhe dar uma má noticia.
- Diga, diga já! Implorou ela.
- A sua mãe faleceu, e em relação ao seu pai, já não há nada
a fazer, lamento muito!
A menina grita desesperadamente, deitando-se no chão,
expleniando-se e arrancando cabelos.
Esta é a criança que vai crescer a toda a força!